Tupiniquins querem conquistar - A cervejaria em desenvolvimento

A cervejaria Tupiniquim é uma das melhores notícias que temos nos últimos anos aqui no Rio Grande do Sul. São empresários que já passaram por outras experiências em negócios e pelo que observamos aprenderam bastante.
E o que falar das cervejas? Essa é uma parte delicada de comentar. Em seu início a cervejaria não possuía uma indústria e produzia suas cervejas em garrafas de um litro em uma cervejaria que aceita terceirizar produção. Um ótimo negócio com fórmula consagrada nas cervejarias chamadas "ciganas", mas eu não fiquei satisfeito com o que encontrei no copo. Era algo do mesmo. Cervejas mais ou menos e com muitos defeitos que na sua maioria eram causados pela exposição na prateleira. Nesse momento é que os empresários deram a volta por cima. Investiram em produção própria, talvez já estivesse programado esse passo importante, e buscaram cervejeiros consagrados para um portfólio de cervejas de qualidade superior. A produção das garrafas pequenas de 310ml foram um show para marcar território e aparecer no cenário cervejeiro. A minha preferida, e ganhando no detalhe, foi a Extra Fancy IPA. Essa coleção de rótulos pode ser apreciada uma a uma e é um presente para os cervejeiros que gostam de inovação e ousadia, assim que a cervejaria se define. Eles inventaram a roda? Não. Somente estão em um caminho correto. A estratégia é bem conhecida e repetida no mundo. De longe acompanho e percebo a melhora em seus produtos e o nível de investimentos que estão programados. Isso é profissionalismo. Eles sabem que não é fácil, como eu disse já tiveram outras experiências em negócios, e seguem um caminho auspicioso para o futuro.
E aquelas cervejas de um litro? Essa foi a prova da importância que pode representar esta cervejaria. As cervejas de um litro melhoraram em qualidade. E a importância é que serão elas que trarão mais entusiastas e consumidores para as cervejas artesanais. A Red Ale, que eu costumo recusar normalmente pelo baixo nível que se encontra nas nacionais, é uma cerveja que tem esse potencial de captar mais consumidores. A cerveja da Tupiniquim é equilibrada e entrega o que o consumidor precisa para voltar a comprar outra e oferecer para o amigo. A Pale Ale é outra que subiu em qualidade e também pode encantar consumidores que já entendem que o lúpulo é parte fundamental e que o amargor concedido por ele abre novas possibilidades para o paladar.
Entre os avanços que estão sendo divulgados é a nova planta em Viamão/RS e com a envasadora de latas. O último investimento deste porte somente foi feito pela pioneira Dado Bier. Essa aposta de investimento no estado deve ser comemorada, pois não são boas as análises de mercado. Com essas notícias podemos ter esperanças de que o mercado vai ganhar em grandeza e qualidade. Tupiniquins não desistam do RGS!
Sempre existem detalhes de posicionamento que podemos ver de formas diferentes. Uma pequena, mas importante questão em produtos é a embalagem, e se me fosse perguntado o que corrigir no momento para a Tupiniquim eu diria que abandonem as garrafas de 310ml, que são o pior produto inventado pelos cervejeiros brasileiros, e apostem além das latas em garrafas diferenciadas de no mínimo de 355ml e não caiam no lugar comum das garrafas padrão das artesanais de 600ml. Saiam do que é comum nas prateleiras. Talvez seja necessário em pouco tempo uma renovação e um novo projeto na identidade visual.  Vida longa aos Tupiniquins!

Para conhecer mais sobre a cervejaria o link CERVEJATUPINIQUIM

Lá tem as cervejas e as descrições.